"A Ciência do óbvio"
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Inicialmente, pergunto: Por que temer o inesperado?
O inesperado manifesta-se sobretudo no que é esperado, no que já é e acontece neste momento, momento este chamado Hic - Agora, enfim, o óbvio.
O óbvio, sem demagogias, significa o que é não-esperado, ou seja, "inesperado", logo, o óbvio naturaliza cristalizadamente em nosso cotidiano, tão singelo e tão impactante que nos desarma de críticas desconcertantes no sentido político de ser. A obviedade - "A Ciência do óbvio" é pensada e arquitetada com o único intuito de apresentar o não-esperado.
Como assim apresentar o não-esperado?
O não-esperado é o desconhecido até ser apresentado, sobretudo, quando o não-esperado é imposto por ideologias políticas vigentes, no entanto, não é nenhuma novidade. Se não é uma novidade, não é algo novo, já existe; só é apresentado com outras roupagens, "o velho no novo", ou seria, "o novo no velho"?
Existe uma lógica perversa nesta tal "ciência do óbvio", Por que ciência? Porque posso provar cientificamente o não-esperado. Como? Basta manifestar um desejo individual ou coletivo que através dele, eu não tenha dúvida alguma sobre a eficácia do instante, do impulso, das emoções que se cristalizam como Verdades Absolutas em nossas esquálidas mentes, comunicando aos outros o que vocês denominam de realidade, que pode ser contagiosa.
Todos esperam o não-esperado, e por esperar o não-esperado a mágica acontece, ou, em tempos de "Era Virtual", viraliza-se, por isso, contagioso.
Para exemplificar, pensemos juntos: "Eu espero um mundo melhor" Apenas a esperança que tenho não garante um mundo melhor. É necessário vincular o meu desejo consciente ou inconscientemente com o não-esperado. O não-esperado não é um mundo melhor, mas pode ser. Este mundo que não é melhor, já existe, onde identificamos como óbvio. É o que vemos, ouvimos, falamos, comemos, bebemos e tocamos todos os dias por meio das mídias, redes sociais, das conversas, das relações sociais, dos ensinamentos em geral, ou seja, a obviedade.
Parece que a obviedade naturaliza engessando o pensamento crítico e autocrítico dos sujeitos como atores sociais. E o pior existe uma razão instrumental que arquiteta tudo isto, como afirma Theodor W. Adorno.
O mundo melhor é uma possibilidade quântica de variáveis infinitas no universo paralelo que escolho, que decido viver aqui e agora.
Quanto mais escolho no leque de opções do cotidiano, mais mergulho na previsibilidade do óbvio, do não-esperado. "Escolho estudar, mas não escolho relaxar." Isto implica na cristalização da decisão que porventura pode quebrar quando não se está tão focado. "Estou com sono, vou dormir." Esta cristalização é o óbvio que congela o tempo, a escolha, mas que basta um movimento brusco pode quebrá-la toda.
Quanto mais eu não escolho, mais eu me preservo de surpresas, e também, mais eu me preservo de surpresas, e também, mais eu me fortaleço em minha própria identidade. Porque tenho que escolher sempre?
A ideia utópica "do mundo melhor" está justamente nas suas contradições. Ora, se o mundo fosse melhor, o que teríamos para buscar se tudo já se cumpriu com a - obviedade - numa acomodação surda e muda do existir na inoperância do ser. Todavia, se o mundo não é melhor, então atingimos o grau de insatisfação necessário para ativação do ser em suas infinitas possibilidades.
Filosoficamente tendo como fundamento teórico dois pensadores antagônicos que se complementam: Parmênides e Heráclito. No viés da filosofia parmediana do Uno, do Ser, afirma que: "O Ser é, o não-ser não é." Para o viés heraclitiano do Múltiplo, do devir, afirma que: "A mudança é a coisa mais estável que há." Portanto, o que afirmo acima é que é possível pensamentos contraditórios se complementarem, conforme Jacques Derrida afirmou com sua teoria da desconstrução da verdade absoluta, simplesmente, acrescenta a conjunção adversativa "e", para enxergarmos o todo das contradições presentes na ideia do mundo melhor.
Tais contradições presentes simbolizo pela imagem de uma "taça de cristal quebrado" da obviedade do momento. Sabe aquela trinca sútil na taça, onde não tem mais conserto, não dá nem para colar. Deste modo, a trinca torna-se perigosa, a taça a qualquer momento pode estilhaçar em mil pedaços, fragmenta-se a realidade. Contudo, a lógica da obviedade é manter a taça mesma quebrada em situações adversas, garantindo assim o calabouço do Ser.
O Ser torna-se prisioneiro do aparecer. A realidade é um simulacro do óbvio. Vivemos numa cultura do espetáculo, onde aparecer é o que há de melhor. Provo minha existência assim: selfies, Instagram, Facebook, redes sociais no geral.
Platão mentiu em sua obra "República - Livro VII" - "Alegoria da Caverna", não era um mito, o que ele descreveu era e é a realidade. Atualmente, vivemos numa imensa caverna chamada "Era virtual globalizada", todos estamos no fundo da caverna acorrentados/conectados às novas tecnologias, cuja função primordial é criar sombras da realidade, como diria Baudrillard - cria-se simulacros. Pouquíssimos ou quase ninguém consegue despertar do sono surreal da sombra da realidade. Os que conseguem escapar das correntes são sufocados no caminho da exclusão social.
A projeção da sombra da realidade é a obviedade cristalizada como real. Alimentada diariamente, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo. Acostumamos com as sombras do real, com o simulacro, com o aparecer, com o não-esperado.
A ciência do óbvio é tão clara como um dia, ensolarado. Mas qual é a tendência? A tendência é focarmos na direção do sol, onde está mais claro, porém, ofusca nossa vista quando saímos do fundo da caverna. Vista ofuscada, mente obscura. Se não focássemos onde está com maior incidência de luz, ampliaríamos a nossa visão e enxergariam na profundidade do horizonte.
Entretanto, há toda uma engenharia no pensamento do óbvio, do não-esperado. Planejamento arquitetado nos mínimos detalhes para manter a grande maioria da população mundial - cerca de 95% no fundo da caverna, acorrentados pela "escravidão das telas" (Veja outro texto sobre este tema neste blog). Esta manobra não é nova, vimos isto na história de todas as nações, séculos e séculos atrás, com Impérios e escravidões, Imperialismo e Absolutismo, Capitalismo e Socialismo, Liberalismo e Neoliberalismo.
É possível escapar da obviedade?
Sim e Não. Sim, quando a inquietude interior cresce, incomoda a tal ponto, que sou impulsionado a buscar algo que me diga que estou certo no meu interior, por que errado já estamos, é o óbvio, o cotidiano me mostra. Não, quando na busca me desespero, me frustro, me decepciono em algumas pontes não tão seguras em que confiava, que seria uma possível intelectualidade não sei de quem.
Numa Conclusão não necessária, diria que é obvio não ter entendido nada deste texto confuso e complexo, entretanto, finalizá-lo é necessário, mas o que importa realmente é que o quanto antes, saia da obviedade.
Prof. Ms. Sérgio Augusto Moreira
Prof SAM
Existe uma lógica perversa nesta tal "ciência do óbvio", Por que ciência? Porque posso provar cientificamente o não-esperado. Como? Basta manifestar um desejo individual ou coletivo que através dele, eu não tenha dúvida alguma sobre a eficácia do instante, do impulso, das emoções que se cristalizam como Verdades Absolutas em nossas esquálidas mentes, comunicando aos outros o que vocês denominam de realidade, que pode ser contagiosa.
Todos esperam o não-esperado, e por esperar o não-esperado a mágica acontece, ou, em tempos de "Era Virtual", viraliza-se, por isso, contagioso.
Para exemplificar, pensemos juntos: "Eu espero um mundo melhor" Apenas a esperança que tenho não garante um mundo melhor. É necessário vincular o meu desejo consciente ou inconscientemente com o não-esperado. O não-esperado não é um mundo melhor, mas pode ser. Este mundo que não é melhor, já existe, onde identificamos como óbvio. É o que vemos, ouvimos, falamos, comemos, bebemos e tocamos todos os dias por meio das mídias, redes sociais, das conversas, das relações sociais, dos ensinamentos em geral, ou seja, a obviedade.
Parece que a obviedade naturaliza engessando o pensamento crítico e autocrítico dos sujeitos como atores sociais. E o pior existe uma razão instrumental que arquiteta tudo isto, como afirma Theodor W. Adorno.
O mundo melhor é uma possibilidade quântica de variáveis infinitas no universo paralelo que escolho, que decido viver aqui e agora.
Quanto mais escolho no leque de opções do cotidiano, mais mergulho na previsibilidade do óbvio, do não-esperado. "Escolho estudar, mas não escolho relaxar." Isto implica na cristalização da decisão que porventura pode quebrar quando não se está tão focado. "Estou com sono, vou dormir." Esta cristalização é o óbvio que congela o tempo, a escolha, mas que basta um movimento brusco pode quebrá-la toda.
Quanto mais eu não escolho, mais eu me preservo de surpresas, e também, mais eu me preservo de surpresas, e também, mais eu me fortaleço em minha própria identidade. Porque tenho que escolher sempre?
A ideia utópica "do mundo melhor" está justamente nas suas contradições. Ora, se o mundo fosse melhor, o que teríamos para buscar se tudo já se cumpriu com a - obviedade - numa acomodação surda e muda do existir na inoperância do ser. Todavia, se o mundo não é melhor, então atingimos o grau de insatisfação necessário para ativação do ser em suas infinitas possibilidades.
Filosoficamente tendo como fundamento teórico dois pensadores antagônicos que se complementam: Parmênides e Heráclito. No viés da filosofia parmediana do Uno, do Ser, afirma que: "O Ser é, o não-ser não é." Para o viés heraclitiano do Múltiplo, do devir, afirma que: "A mudança é a coisa mais estável que há." Portanto, o que afirmo acima é que é possível pensamentos contraditórios se complementarem, conforme Jacques Derrida afirmou com sua teoria da desconstrução da verdade absoluta, simplesmente, acrescenta a conjunção adversativa "e", para enxergarmos o todo das contradições presentes na ideia do mundo melhor.
Tais contradições presentes simbolizo pela imagem de uma "taça de cristal quebrado" da obviedade do momento. Sabe aquela trinca sútil na taça, onde não tem mais conserto, não dá nem para colar. Deste modo, a trinca torna-se perigosa, a taça a qualquer momento pode estilhaçar em mil pedaços, fragmenta-se a realidade. Contudo, a lógica da obviedade é manter a taça mesma quebrada em situações adversas, garantindo assim o calabouço do Ser.
O Ser torna-se prisioneiro do aparecer. A realidade é um simulacro do óbvio. Vivemos numa cultura do espetáculo, onde aparecer é o que há de melhor. Provo minha existência assim: selfies, Instagram, Facebook, redes sociais no geral.
Platão mentiu em sua obra "República - Livro VII" - "Alegoria da Caverna", não era um mito, o que ele descreveu era e é a realidade. Atualmente, vivemos numa imensa caverna chamada "Era virtual globalizada", todos estamos no fundo da caverna acorrentados/conectados às novas tecnologias, cuja função primordial é criar sombras da realidade, como diria Baudrillard - cria-se simulacros. Pouquíssimos ou quase ninguém consegue despertar do sono surreal da sombra da realidade. Os que conseguem escapar das correntes são sufocados no caminho da exclusão social.
A projeção da sombra da realidade é a obviedade cristalizada como real. Alimentada diariamente, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo. Acostumamos com as sombras do real, com o simulacro, com o aparecer, com o não-esperado.
A ciência do óbvio é tão clara como um dia, ensolarado. Mas qual é a tendência? A tendência é focarmos na direção do sol, onde está mais claro, porém, ofusca nossa vista quando saímos do fundo da caverna. Vista ofuscada, mente obscura. Se não focássemos onde está com maior incidência de luz, ampliaríamos a nossa visão e enxergariam na profundidade do horizonte.
Entretanto, há toda uma engenharia no pensamento do óbvio, do não-esperado. Planejamento arquitetado nos mínimos detalhes para manter a grande maioria da população mundial - cerca de 95% no fundo da caverna, acorrentados pela "escravidão das telas" (Veja outro texto sobre este tema neste blog). Esta manobra não é nova, vimos isto na história de todas as nações, séculos e séculos atrás, com Impérios e escravidões, Imperialismo e Absolutismo, Capitalismo e Socialismo, Liberalismo e Neoliberalismo.
É possível escapar da obviedade?
Sim e Não. Sim, quando a inquietude interior cresce, incomoda a tal ponto, que sou impulsionado a buscar algo que me diga que estou certo no meu interior, por que errado já estamos, é o óbvio, o cotidiano me mostra. Não, quando na busca me desespero, me frustro, me decepciono em algumas pontes não tão seguras em que confiava, que seria uma possível intelectualidade não sei de quem.
Numa Conclusão não necessária, diria que é obvio não ter entendido nada deste texto confuso e complexo, entretanto, finalizá-lo é necessário, mas o que importa realmente é que o quanto antes, saia da obviedade.
Prof. Ms. Sérgio Augusto Moreira
Prof SAM
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