A saga continua...

Segundo Charles Darwin, somos o resultado do processo de seleção natural das espécies, de acordo com a diversidade, o tempo geológico, e a própria seleção.
Somos parentes dos “primatas”, é a nossa família biológica, a genética das espécies. É incrível pensar que somos seres evoluídos que viemos dos primatas tão inteligentes.
Será que evoluímos ou involuímos? Ou melhor, Será que não ficamos petrificados pela descoberta e fascínio da nossa razão?
Oh! Deusa razão! Como diria os gregos em suas filosofias fundando uma nova sociedade, a civilização ocidental.
Se fizermos uma reavaliação histórica panorâmica, com o olhar naturalista de Darwin sobre a trajetória da humanidade até os nossos dias, notaremos que o homem ficou encantado e seduzido como diz Adorno “com o canto das sereias” com a descoberta e aprimoramento da razão, e que no processo de seleção natural, o homem forte sobrevive em meio ao sistema capitalista que eu diria que é um sistema a luz darwiniana, pois, existe a competição e o mais forte sobreviverá para prosseguir a espécie, mas acontece que neste processo de seleção natural na sociedade humana, o homem a cada dia se coisifica, se reifica como diz Adorno, em nome da ciência, em nome do número, em nome do lucro, em nome de Deus, em nome dele próprio, assim a razão iluminista que iluminava, acaba não iluminando mais nada, a não ser o seu próprio e exarcebado ego, a solidão, o individualismo é o nome do jogo no processo da seleção natural.
O individualismo, o encanto passou sobre a razão humana que constrói e destrói em nome da ciência tecnológica promovendo a barbárie, pois o individuo quer por competição sobrepor ao outro individuo; utiliza-se a razão para garantir a sobrevivência a qualquer custo. Sim, a vida é uma luta constante, desde a sua origem na procriação, só um espermatozóide para contar história, sua história que apenas inicia na 1ª batalha da vida com sua fecundação, e logo após o seu nascimento.
O nascimento trágico e cômico ao mesmo tempo.
Trágico para nós que chegamos a este mundo plural, dos outros, com sofrimentos, pressões que começam com um tapa bem dado em sua bunda pelo médico: “pronto, este já está pronto para viver/sofrer”.
Cômico porque para os outros, as pessoas que nos rodeiam, nós que chegamos, somos o sinal que a vida continua, a esperança de dias melhores, a esperança ainda existe, e que nós que acabamos de nascer, podemos mudar o mundo, no simples fato de existirmos biologicamente. Todos sorriem para nós, todos nos apertam, todos nos elogiam, todos se alegram com a nossa presença, pena que isto dura nos primeiros dias, meses, anos de nossas vidas, porque a partir do momento que crescemos a lógica é inversa, em nome da realidade adulta somos impulsionados a lógica da competição, para ser o mais forte sobrepondo a milhões de indivíduos.
A saga continua, luto todos os dias para que a minha espécie, conserve e perpetue-se a minha individualidade genética para as futuras gerações.

Sergio

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