Afogados nas Mentiras ou na Esperança última?

 
Estamos afogados nas mentiras que criamos para nós mesmos, todos os dias.
   Quantas vezes nos deparamos com situações medíocres, onde os outros nos escancaram com gestos e atitudes totalmente falsos, mas os outros fazem com tamanha convicção que passa ser verdadeiro.
   Será válido o uso das mentiras à favor de uma convicta verdade fundamentada debaixo de um lixão de mortos sucumbidos pelas suas funestas e frias hipocrisias?
   Sim, é válido. Nossa sociedade se movimenta, se alimenta deste rio de lágrimas de sangue, dor e sofrimento destes mortos-vivos que ainda resistem com um singela célula de esperança em seu corpo, por mais mortos que estejam ainda bate um coração doente, cansado de sofrer e engolir tanta mentira  desta sociedade podre que devora almas a beira de um precipício, só precisa de um sopro para cair, ou, um sopro de vida para alastrar em todas as células do seu corpo, como um câncer benéfico da esperança.
   Neste oceano de corpos mortos-vivos "quase" afogados pelas mentiras a qualquer ser humano, no entanto, insiste viver como papel de um ator de teatro constantemente em suas vidas.
   Por que não despem de suas máscaras hostis a si mesmo? Porque tanto medo da verdade ou tanto medo da mentira proclamada em alto e bom senso, como verdade suprema? Por que deixar escapar o fluir da vida com aqueles que vão sugar esta energia vital a seu bel prazer da negatividade? Por que gostamos de se fantasiar todos os dias, como se fosse "a rotina", um baile de fantasias, onde cada um se esconde com tua máscara e fantasia no baile da vida? Por que somos considerados grandes atores e atrizes de nossas reais emoções e intenções? Existe uma boa intenção atualmente? Se existe, como isto se daria e quem acreditaria? Por que precisamos nos alimentar diariamente de ilusões, de pílulas de alegria, enquanto choramos enlouquecidamente em nosso interior com o vasto abismo do nada que experimentamos atualmente? Por que sentimos prazer com sofrimento do outro, enquanto que um dia sofreremos o mesmo, ou, pior, rindo da tua situação com alegria tristonha e enfadonha, pois, no fundo ele geme como você também geme, como dores do parto?
   Navegar neste vale de lágrimas obscuro, é o inferno vivido nesta vida terrestre, onde o barqueiro do Hades procura com lampião, no meio da escuridão, do nevoeiro da confusão mental, espiritual nos atrapalha para enxergar com clareza e nitidez um caminho seguro, sereno das almas que vagam ainda por aí, como uma gota de súor e de esperança derramada neste solo seco de alegria, de amor e de paz.
   A esperança ainda respira e transpira, com gestos desesperados, mostrando que estamos imersos neste mar de incertezas e caos por toda parte. Diante de tanta perdição, só nos resta esperar e confiar em dias melhores de redenção, misericórdia e paz no coração, na mente e no espírito.
   A coragem é o nosso combustivel conjuntamente com o aditivado da fé fervorosa. Coragem para sermos o que somos e devemos ser segundo nossa missão. Coragem para encararmos a verdade nua e crua, mesmo que ela nos machuque sem dó e piedade. Coragem para enfrentarmos este mundo corrosivo no seu funcionar e ser. Coragem para não desistirmos jamais de nossa essência vital o qual Deus nos chama e nos convoca sempre a cada respiração, a cada batida do coração. Coragem para desistirmos dos nossos vícios que nos escravizam. Coragem para ser justo, puro, misericordioso, mesmo em meio da injustiça, da imundície e do rancor sem medidas desta sociedade podre que nos envolve para o caminho da morte. Coragem para abrir meu coração. Coragem para confiar novamente. Coragem para amar sempre. Coragem para perdoar a si mesmo. Coragem para aumentar minha fé em Cristo, Nosso Senhor, e em Maria, Nossa mãezinha do céu.
   Por mais mentiras que enxerguemos, ouvimos e falamos, eu ainda posso ter um cantinho puro da verdade e autenticidade pronto para amar a si próprio e ao próximo, através dos gestos singelos de amor e de doação, lá nas profundezas do seu íntimo, onde você escondeu: Quem é Deus?
   Mas, porque esconder Deus?
   Talvez por tamanha grandiosidade, glória e poder, entranhado no mais íntimo do homem, igual uma cola super preciosa que contem uma semente de tal grandiosidade, de Deus.
   O homem se assusta, tem medo de si próprio por causa das metamorfoses internas que ocorrem todos os dias ao cultivar a semente divina da grandiosidade em meio a pequenez e fragilidade da criatura finita humana.
   O medo do próprio medo... é não assumir e cuidar desta semente divina que traz a esperança da vida, cheio da potência de Deus, escondido no mais profundo interior do homem, só esperando ser cultivada para transformar, renovar a própria vida nesta verdade fundamental que é o valor da própria vida.

17/04/2011 3:00 h SAM

Comentários

  1. Adorei.
    Fazia muito tempo que eu não visitava o seu blog, mas esta visita foi agraciada, pois não imaginava ver palavras como estas na web. Palavras que você pronunciava tão bem nos ensinando, não só a filosofar, mas a viver.
    Este texto não ensina a tática de estranhamento, ensina o desapego a coisas fúteis da vida, que o ser humano coloca como sendo primordial.

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  2. Preciso saber o dia e o horário para mim participar, escolha um tema p q eu possa falar c vcs...

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  3. Suas palavras me lembram muito o que disse o Pe. Thiago Domiciano Dias da Paróquia de São Dimas em São José dos Campos na semana passada, sobre o evangelho em que Jesus ressuscita Lázaro. Resumindo a conversa, ele transpõe o evangelho à nossa realidade ressaltando a existência dessas pessoas "mortas-vivas" e o papel que outras tiveram no processo de ressuscitação de Lázaro (ao tirar a pedra de sua sepultura e desatar suas amarras para que andasse). Em outras palavras, destaca que Jesus, com isso, nos atenta, tanto para não sermos mortos-vivos, quanto para nossa capacidade de ajudá-lo a "resuscitar", resgatar essas pessoas. Acredito que cabe a nos reconhecermos nesse processo e discutir soluções para essa problemática.

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