Tempo: marca do autêntico (silêncio).

Quem disse que temos tempo para se preocupar com nossa mera existência?
Quem disse que temos tempo para cuidar da nossa alma?
Quem disse que temos tempo para cuidar do nosso corpo?
Quem disse que temos tempo para cuidar da nossa mente?
Quem disse que temos tempo para sabermos quem somos, qual é minha essência? Isto é, se realmente tivermos alguma essência...
Quem disse que temos tempo para pensar em Deus?
Quem disse que temos tempo para se preparar, se retirar e ter uma experiência com Deus?
Quem disse que temos tempo para rezar, orar, conversar intimamente com Deus?
Afinal, o que é o tempo?
Tempo para quê? para onde? e para quem? para mim ou para você, ou melhor ainda, para todos?
Tempo dos homens ou de Deus? do cotidiano (cronológico) ou do Universo (cosmo)?
Porque somos tão condicionados ao tempo que não existe? Sim, não existe, porque vivemos com essa mentira bem inventada pelo próprio homem para justamente controlá-lo, manipulá-lo e cerceá-lo dizendo que temos tempo para tudo, mas na verdade, não temos tempo para nada, pois, a vida é curta, e se ela é curta, significa que o prazer de viver é imenso para qualquer ser humano que sabe viver, por isso, deveria desejar viver sempre mais e mais, no entanto, o tempo cronológico que foi plantado em nossa mente desde que viemos a este mundo, nos sufoca nos afazeres que "supostamente" a sociedade nos obriga todos os dias, sendo assim, este tempo é pura ilusão que piamente acreditamos como um deus do tempo.
O tempo nos consome, nos mastiga e nos cospe fora, e quando nos cospe, ele suga toda nossa vitalidade e o que sobra é só o bagaço de uma existência vendida ao trabalho incessante, desgastante, em nome de uma pseudo-felicidade. Portanto, é preciso despertarmos para o tempo autêntico, alinhado com o Universo, que se localiza dentro de cada ser humano, este tempo não tem tempo, ele é o que é, sempre foi e sempre será. Este tempo autêntico, só experimentará-lo no silêncio, não na quietude, mas no silêncio. A quietude é o silêncio externo. O verdadeiro silêncio é o silêncio interno.
O que fazemos para silenciarmos o barulho incessante da sociedade neurótica que vivemos?
O que fazemos para meditarmos mediante a natureza que ainda existe, fomentando-nos a contemplá-la em sua magnificência?
O que fazemos para ouvir a voz que habita o interior de cada ser humano: Deus?
O que fazemos para sentir a presença de Deus nos outros com um belo sorriso iluminador?
O que fazemos para equilibrar o tempo autêntico (silêncio) com o tempo cronológico (pressa) no cotidiano?
O que fazemos para harmonizar corpo e mente em tempos de tribulações constantes?
O que fazemos para ver, enxergar o invisível no visível; o essencial na aparência; o colorido no preto e branco; o saboroso naquilo não é  tão gostoso assim?
Tempo, tempo, tempo, que pode equivaler, hoje em dia, em produção, produção, produção, como dizem os norte-americanos: Time is money. Tempo é dinheiro, mas também é uma mentira bem contada para ficarmos presos às teias dos burgueses (patrões: donos do tempo), enriquecendo-os dia após dia. Estas teias é o trabalho diário, quer castigo pior, do que o trabalho diário e exaustivo, e quando temos tempo para descansar, viajar nas férias, estamos tão cansado que desistimos, por que preferimos dormir, dormir, dormir para recuperar as energias gastas com o trabalho que te sustenta, que te dá o pão de cada dia.
Tempo cronológico e trabalho, são peças da mesma máquina: sistema de dominação da elite burguesa. 
A humanidade sucumbe toda sua vitalidade, toda sua criatividade, toda sua engenhosidade, se entregando ao sistema vigente totalitário, não enxergando outras possibilidades, novos horizontes, mesmo nós, estando presos a teia social aniquiladora do sujeito; se nós despertássemos para novas percepções, poderíamos vislumbrar e viver o tempo que sempre foi tempo, na interioridade humana, cuidada e não violada pelo exterior... sem pressa nenhuma, e  muito menos, nenhuma preocupação, por conseguinte, estaríamos alinhados ao tempo do Universo (cosmo)...
Quem disse que não temos tempo para nada, sendo que o tudo já habita dentro de nós?

Sérgio Augusto Moreira - SAM 15:00 h

Comentários

  1. Tempo, tempo, tempo, tempo.. entro num acordo contigo ;]

    Ótimo texto, continue assim querido professor.

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