Resenha X


"Construindo uma concepção crítica de psicologia escolar: contribuições da pedagogia Histórico-Crítica e da psicologia sócioHistórica

  1. O pensamento Crítico e suas expressões no campo da educação e da psicologia.

     A concentração do poder tecnológico e militar, das riquezas e do capital financeiro vem aumentando cada vez mais a distância social entre a minoria que os detêm e a maioria da humanidade. (14/15)
    Alguns elementos principais para o pensamento crítico: Reflexão e método; crítica do conhecimento; denúncia da degradação, da alienação e da heteronomia humana nas condições postas pelo capitalismo; possibilidade de ser utilizado como instrumento no processo de transformação social. (16)
   A relação entre educação e sociedade deve ser pensada no interior do processo de produção e reprodução do capital; a educação é socialmente determinada de forma dialética e contraditória; a educação escolar constitui-se em uma instância fundamental para a socialização do conhecimento historicamente acumulado. (17)
    Embora sob influência do ideário positivista a Psicologia tenha historicamente buscado uma espécie de liberação de toda ingerência filosófica, é preciso ter claro que toda e qualquer teoria é produzida a partir de uma determinada concepção de mundo e um certo enfoque filosófico. (18)
    A relação entre o homem e a sociedade é de mediação recíproca, o que significa que os fenômenos psicológicos só podem ser devidamente compreendidos em seu caráter fundamentalmente histórico e social. (19)

  1. Elementos teórico-criticos desenvolvidos no campo da psicologia escolar/educacional.

     A análise das teorias da Psicologia da Educação indica as mais críticas: Fundamentos da Psicologia Escolar; Papel da Psicologia  na formação e atuação docente e nos ideários pedagógicos; análise crítica da produção teórica na área; Subjetividade e Educação. (20)
   Na década de 1980, autores como Patto(1984), Khouri (1984), Urt (19890, Antunes (1988) Ferreira (1986) e Almeida (1985) deram inicio a um processo de discussão que evidenciava que as transformações necessárias à Psicologia Escolar demandavam, antes de mais nada, a busca de pressupostos críticos no que se refere a concepções de homem e das relações entre escola e sociedade no contexto histórico do capitalismo. (22)
    Para Patto, explicações ideológicas encontram-se profundamente arraigadas nos meios escolares, é possível superá-lo pela via da reflexão crítica sobre as práticas escolares, dos direitos da cidadania e das relações de poder em uma sociedade de classes. (23)
    A atividade educacional em sala de aula se constrói nas e pelas relações sociais; por isto há uma clara correspondência entre a qualidade das práticas pedagógicas e os diferentes tipos de relações interpessoais que se estabelecem cotidianamente entre professores e alunos. (24/25)
   Partindo da perspectiva frankfurteana, Crochik (1995) destaca que, embora o preconceito seja um fenômeno psicológico, suas origens devem ser buscadas no processo de socialização. É preciso combatê-lo em várias instâncias e, em especial, na escola. (26)
    É a compreensão do fracasso escolar a partir de uma análise aprofundada do fenômeno educacional como síntese de múltiplas determinações e que se situa em um contexto histórico concreto. (27)
    Em relação às bases conceituais, os testes pressupõem a crença em pelo menos duas assertativas: que os sujeitos apresentam naturalmente características ou potencialidades (tais como inteligência, personalidade, capacidades, etc.) e que elas podem ser medidas. (28)
  Compreender que a inteligência é construída histórica e socialmente significa compreender que crianças que têm seu acesso aos bens culturais bloqueado não são menos inteligentes que outras, apenas apresentam um desenvolvimento conformado por condições sociais concretas. (29)
   É da compreensão das possibilidades de desenvolvimento de todos os envolvidos que poderão emergir os caminhos que poderemos trilhar com a criança, a família e a escola para fazer com que esta história escolar que está em um certo sentido paralisada pelo rótulo resultante desta queixa, possa ser movimentada em direção à superação das dificuldades. (31)

  1. O papel da Psicologia na formação e atuação docente e nos ideários pedagógicos.

    Os conhecimentos psicológicos possam efetivamente contribuir para a elaboração de propostas mais consistentes que resultem em melhorias da prática e do processo de ensino aprendizagem. (32)
    Para Aguiar (2000), o psicólogo que desenvolve trabalhos com professores deve ter como objetivo contribuir para que eles construam condições de se apropriarem de suas histórias e assim transformá-las. (33)
    Conforme aponta Duarte (2000, p.34), esse lema do aprender a aprender também aparece no ideário construtivista, envolvendo os seguintes posicionamentos: é mais desejável a aprendizagem que o individuo realiza sozinho, sem a transmissão direta de outros. (35)
     “Mais importante do que saber, é saber fazer, saber informações, saber produzir resultados, saber manejar equipamentos, saber se adaptar as novas funções”. (MIRANDA, 1997, p.43).
      Consideramos que o conjunto das reflexões que apontam para uma adesão por sedução, seja ao construtivismo, seja à teoria do professor reflexivo e até mesmo à teoria vigotskiana, constitui-se em mais um alerta a indicar algo muito sério: a estrutura da vida cotidiana, sem dúvida, penetrou no âmbito da educação de uma forma devastadora, ou seja, trata-se de uma educação alienada. (40)

  1. Análise crítica de práticas e da produção teórica na área.

      Identificamos, ainda, um outro conjunto de trabalhos que não tratam da prática da Psicologia Escolar em si, mas procuram situa-la no contexto da educação escolar a partir da compreensão de questões importantes que fazem parte do cotidiano do profissional da área. Entre estes estudos destacamos os de Torezan (1991), Souza (1991), Cruz (1984) e Menin (1992). (43)
       Torezan (1991) analisou o papel que professores do então 1º grau atribuem a si próprios em relação a situações que consideram problemáticas na ação educativa. (43)
         Souza (1991) analisou a estruturação do trabalho pedagógico em uma classe do ciclo básico. Ao voltar-se especialmente para ações pedagógicas que podem facilitar bons resultados do processo ensino-aprendizagem, a autora procurou evidenciar as relações diretas entre a maneira como se organiza o trabalho pedagógico e o desempenho escolar dos alunos.
       Cruz (1984) tomou como objeto de análise a forma como se deu a apropriação pelos educadores do projeto pedagógico do ciclo básico, buscando apontar elementos importantes que devem ser considerados em processos de implantação de propostas educacionais voltadas à transformação educacional.
      Menin (1995) desenvolveu em estudo sobre as representações de alunos de uma escola pública sobre política e economia a partir do qual apontou que as tendências predominantes são acentuadamente conservadoras. (44)

Subjetividade e Educação

        Duas vertentes principais: Vertente objetivista e a Vertente subjetivista.
       A vertente objetivista, fundada em uma tradição quase biológica da Psicologia assenta-se em uma concepção de homem como um organismo que interage com o meio como sujeito passivo e receptivo e de fenômeno psicológico como reação direta aos fatos exteriores. Já a vertente subjetivista fundamenta-se na idéia do predomínio do sujeito sobre o objeto, colocando-o como um ser psíquico independente, criador da sua própria realidade. (48)
       Acreditamos que esse esforço teórico deva ser construído coletivamente a partir da contribuição de diferentes referenciais. Neste texto gostaríamos de deixar registrada a proposição de que um avanço possível  para essas reflexões poderia ser buscado nas obras de Lev Vigostski, Aléxis Leontiev e Agnes Heller. (51)
             
3. As finalidades, a função social e o objeto de estudo e atuação da psicologia escolar.

           O papel da subjetividade na construção do processo educacional e o papel da educação na construção da subjetividade humana. (55)
     Tomando como pressuposto fundamental que o trabalho educativo só alcança sua finalidade quando cada indivíduo consegue apropriar-se da humanidade produzida histórica e coletivamente. (56)
      A finalidade da Psicologia Escolar situa-se no compromisso claro com a tarefa de construção de um processo educacional qualitativamente superior. Portanto, sua função social não poderia ser outra: contribuir para que a escola cumpra de fato seu papel de socialização do saber e de formação crítica. (57)
    Definimos a Psicologia Escolar como uma área de atuação da Psicologia que envolve o exercício profissional do psicólogo que atua no campo educacional em diferentes espaços sociais  (diretamente na escola; em serviços públicos de educação e saúde; em universidades; clínicas; equipes de assessoria ou de pesquisas, etc.) que, para dar conta de inserir-se criticamente na educação deve fundamentar-se de forma consistente apropriando-se de diferentes elaborações teóricas. (61)
                 
4.      Enfrentando o desafio da formação de psicólogos competentes e eticamente comprometidos com processos de humanização.

     A discussão sobre a formação e suas relações com a qualidade do exercício profissional, vem cada vez mais ganhando destaque, não só no Brasil, mas também em outros países, especialmente da América Latina. Alguns problemas apresentados como desafio da formação dos psicólogos: a predominância do modelo clínico, que reflete uma visão adaptacionista da Psicologia; o distanciamento entre a formação e as demandas postas pela sociedade e a ausência de uma consciência política sobre as funções sociais do psicólogo. (62)
    Historicamente a política do Estado para o ensino superior tem se fundamentado em um modelo tecnocrático, que conduz à burocratização da vida acadêmica e à formação alienada dos futuros profissionais, que na prática acaba destruindo os próprios objetivos da universidade. (63)
            Um profissional comprometido com as necessidades sociais humanas, ou seja, aquelas que permitam o máximo desenvolvimento possível do homem. (64)
            Acreditamos que um projeto pedagógico fundamentado em valores como justiça social, solidariedade, igualdade e autonomia podem provocar um redirecionamento crítico capaz de gerar tanto novas possibilidades de intervenção quanto transformações no modo de compreender e ensinar as áreas “clássicas” (escolar, clínica, organizacional, social, etc.) nas universidades. (66)
             
6.      Considerações Finais.

      Consideramos que a complexidade dos fenômenos com os quais trabalhamos admite a possibilidade de diferentes recortes e, portanto, de uma diversidade bastante rica, tanto na abordagem quanto na intervenção sobre aspectos determinados da realidade de trabalho da Psicologia Escolar. Assim, esta discussão não deve caminhar, em absoluto, na direção da proposição de uma solução redentora, que resolva todos os problemas ou da construção de uma forma única de pensar e atuar. Essa tentativa, já empreendida por alguns grupos isolados, em nome da suposta necessidade de se construir uma identidade ou unidade da área, amparada em formulações pseudo-cientificas, precisa ser duramente criticada, porque seu único resultado é o dogmatismo. (68)
        É preciso ter cuidado e manter permanentemente a tensão dialética na análise da relação educação/sociedade, para se buscar as condições de apropriação e tomada de consciência que se colocam, mas também, o limite possível da resistência, sob pena de, embora imbuídos das melhores intenções (e costuma-se dizer  que o inferno está cheio delas), acabarmos por advogar ideologicamente a possibilidade de uma escola democrática em uma totalidade opressora, o que seria o mesmo que negar a necessidade de transformações radicais para que o homem possa se constituir enquanto tal.

7.      Conclusão Crítica.

         Este texto é muito chato, pois se perde em tantas citações, acho que fico muito disperso em relação ao título “Construindo uma concepção crítica de Psicologia Escolar”. Disse muitas coisas, mas ela a autora não diz nada.
        A critica que faço é sobre a estrutura do texto como foi elaborado, escrito, muito longo e cansativo, faltou ser mais objetivo, claro e distinto, como é pelas regras de metodologia cientifica que escrevemos, parece-me que ficou só nisto.              

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