Preconceito Velado Inconsciente
Preconceito
Velado Inconsciente
Como o Brasil ainda tem
discriminação racial tão forte nas atitudes de alguns brasileiros?
Primeiramente, o preconceito é
natural. Mas como assim?
O preconceito é proveniente da
natureza humana.
Somos esta mescla de conhecimento
adquirido acumulada hereditariamente de nossos ancestrais de sangue e, também
de ideais que podem ser permeadas de ideologias preconceituosas dentro de um
contexto epocal.
Quando deparamos com atitudes
preconceituosas em público, principalmente, quando este público é uma torcida
de futebol e meia dúzia de torcedores começa a gritar palavras racistas contra
um goleiro negro. A torcedora que teve atitude racista tem amigos negros e
mesmo assim insultou o goleiro.
O que aconteceu? Por que ela teve
tal atitude racista?
Certamente, quando estamos em grupos
identificados ideologicamente falando, fica mais fácil, no calor das emoções, o
inconsciente gritar o preconceito velado.
Donde surgiu isto?
O nosso inconsciente, diz Freud, é
um depósito, um arcabouço escuro das mais variadas ideias, ideologias,
sentimentos mal resolvidos perdidos no limiar de nossos ancestrais. Então, o
que nos conecta aos nossos ancestrais, é o nosso inconsciente.
O inconsciente representa resquícios
do ser dos nossos ancestrais, estes resquícios são pontos não conectados entre
si, portanto, cada ponto pode ser uma vida, ou melhor, cada ponto pode ser
caricaturas mal resolvidas dos traços dos nossos ancestrais, começando pelos
nossos pais, nossos avós, nossos bisavós, nossos tataravôs. É como se
tivéssemos guardado em nós, um pouquinho de cada um deles dentro de nosso
inconsciente.
Agora, estes resquícios só se
manifesta quando nossas emoções estão à flor da pele, então conecta estes
pontos, tendo atitudes racistas, por exemplo, sem perceber que assim o fez. É
óbvio, por que veio do inconsciente, ou seja, não está no âmbito do consciente.
Não estou querendo fazer apologia à
torcedora, mas afirmando que qualquer um de nós pode ter a mesma atitude,
dependendo o que temos guardado em nosso inconsciente. Mas como sabemos disto?
Simplesmente, precisamos conhecer a
história de nossos ancestrais. Por exemplo: uma hipótese, se a torcedora tem
alguém em sua família com descendência italiana ou alemã, cujas ideias destes,
tinham fortes tendências ao nazismo-fascismo, encontradas na memória deles, por
fim, isto pode ser um forte indício que tais tendências sejam transmitidas
geneticamente aos seus parentes. Portanto, Ela (torcedora) teve um momento
preconceituoso velado do inconsciente? Tal atitude é ou não dela?
Se ela é resultado dos seus
ancestrais, na perspectiva evolucionista, então, não é ela, todavia, se ela
somente teve um “ato falho”, segundo Freud, então é ela. Mas como somos a
mescla de nossos ancestrais, significa que o conjunto destas mesclas, apresenta
o meu EU. Mas este EU, então não é original? Não somos originais, ou, somos
originais nesta mescla? O que sou eu, dentro desta perspectiva?
É complexo afirmar o que sou eu, se eu sou a mistura do que sou no presente (consciência), do que fui no passado (inconsciência), do que serei no futuro (projeção consciente + inconsciente), então, logo, Sou a temporalidade eterna da
atemporalidade.
Sou traços pontuais do que fui os
meus ancestrais, do que sou em minhas próprias decisões, do que serei contrabalanceando
minhas escolhas conscientes e inconscientes no futuro vindouro.
O
Inconsciente é o universo da atemporalidade. O nada e o tudo coexistem neste
universo, sem nenhum problema. O problema se encontra no consciente, onde sou
impelido a escolher sempre, já no inconsciente eu não escolho, eu não sou, eu
apenas flutuo nos resquícios dos meus ancestrais, sabendo que estes pontos são
conectados nas minhas emoções instintivas, como uma explosão de seres
conectados por uma única vida, a minha.
Combater o preconceito se torna
dificultoso, por causa do universo incógnito do inconsciente. Os pontos podem
estar flutuando na mente de qualquer um, pode ter séculos armazenados no
inconsciente, este depósito da humanidade. Por isso, nossas mentes, na
perspectiva evolucionista, contêm o acúmulo cultural gnosiológico da humanidade
representado na sua singularidade, na sua existência, o seu EU.
O preconceito assim se torna velado,
porque não conhecemos e nem poderemos conhecer o inconsciente. Neste viés,
então, dificilmente será exterminado da humanidade, somente se acontecesse um black out geral na memória dos seres humanos,
uma situação quase impossível. Ou também, podemos começar perscrutar o universo
do inconsciente vagarosamente, e quando acharmos que descobrimos tudo, então,
aí que perceberemos que não descobrimos quase nada.
O que sabemos que preconceito é o “calcanhar de Aquiles” da Humanidade em
suas relações.
Se algum dia conseguirmos vencer as
barreiras do preconceito naturalmente, significa que evoluímos enquanto humanidade e não somente como humanos, porque somos todos humanos,
contudo, em contrapartida, a humanidade é o coletivo dos mais altos sonhos que
Deus colocou em nosso interior. O que é extremamente complexo para nós humanos,
para Deus é extremamente simples.
Ser humano é exacerbar o EU, no
entanto, ser humanidade é valorizar o coletivo dos EUs em prol do bem comum do
que se entende por uma convivência pacífica e sem preconceitos ao coletivo.
E então, você não se considera
preconceituoso ainda? Tem certeza?
Será que a ancestralidade é uma
benção ou uma maldição para nós?
Boa pergunta, cabe a nós, querer
conhecer o que não é possível conhecer.
Prof.
Ms. Sérgio Augusto Moreira
02/09/2014
17:12h
O inconsciente sempre vai ser um mar desconhecido para a humanidade se aventurar (ou não). A complexidade do ser humano sempre foi a maneira de lidar com seu inconsciente, seja como um desejo ou repressão, e essa é a maior angústia da consciência, que é sempre bombardeada de informações prós e contra qualquer assunto (sem contar as informações já contidas dos ancestrais).
ResponderExcluirInfelizmente a mídia mostra casos como se fossem uma moeda, que tem apenas dois lados (isso quando não mostra apenas uma versão...), quando tudo é muito mais complexo para ter apenas dois lados, sendo mais semelhante a um dado.
Saudades, professor.
Paulo Graça Neto.
Obrigado, Meu caro Pupilo Paulo
ExcluirEstou passando por um momento muito difícil, perdi minha amada mãe.
Deus abençoe
Não tenho nem o que dizer sobre isso, infelizmente nós devemos passar por perdas muito dolorosas na vida. Mas com certeza ela está com Deus e o amor e carinho que todos sentem por ela a confortam.
ResponderExcluirForça neste momento, meu amigo.
Deus abençoe você e sua mãe.