Porque estudar FILOSOFIA?

   Ao pensarmos nesta pergunta simples e até então fácil de ser respondida, porque não pensar, primeiramente, na pergunta Porque estudar?
   Se nós tivermos a condição cine qua non constante de estudar.
   É como perguntássemos: De onde vem o mundo?
   Segundo o Romance chamado Mundo de Sofia do autor Jostein Gaarder afirma assim através da personagem curiosa Sofia:

     Naturalmente se poderia pensar que o universo era uma coisa que sempre existiu. Mas será que alguma coisa podia ser eterna? Portanto, em algum momento o universo também tinha de ter surgido a partir de uma outra coisa. (GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia. p.19) 

   Parafraseando o autor, quando a personagem Sofia recebe a sua 2ª pergunta através das cartas pelo correio. Quem é você? Eis a pergunta que nos inquieta e sempre nos inquietará em nossa pobre existência, cuja pergunta é semelhante a pergunta: Porque estudar? e Porque estudar Filosofia?
   Se eu invertesse as perguntas, como: De onde vem o estudo? Quem é o mundo? Porque estudar você? e/ou Porque estudar Filosofia?
   Perceba que a última pergunta permanece. Simplesmente por que o natural dentro da Filosofia é questionar não importa o que, por isso, sempre retornamos ao Eterno Retorno (máxima filosófica de Nietzsche) para o ponto de origem da eterna pergunta Porque estudar?
   A semelhança entre as perguntas não significa que são iguais. As perguntas são entrecruzamentos indagantes de possíveis pontos do conhecimento universal e metafísico da humanidade. As perguntas são conexões, ligações que fornecem dados transitórios que perambulam no universo das palavras sedentas do saber no formato de redes do saber. As perguntas movem o mundo.
   A personagem Sofia estudava através daquelas perguntas intrigantes de um desconhecido tão misterioso quanto o caminho da própria filosofia. A História da Filosofia manifestou-se diante de seus olhos, como um truque, como num passe de mágica, que aparece e se esconde. Como dizia Martin Heidegger, o SER ontológico revela-se e desvela-se como uma lanterna no meio da escuridão da floresta do desconhecido.
   Quando a personagem Sofia se depara com a pergunta: De onde vem o mundo? Ela mergulha e questiona, primeiramente, De onde vem o meu mundo? Para depois questionar, De onde vem o mundo exterior? O seu mundo é questionável? Talvez sim, Talvez não. Depende do grau do estudo sobre você. 
   Qual é o meu mundo? Eu tenho um mundo? O que vem a ser mundo?
   Palavras, Palavras e mais Palavras, parecem jogadas ao léu. Mas Nem tudo que parece, é. Nem tudo que é, parece.
   Estudar Filosofia é como se eu gostasse de perguntar várias vezes a mesma coisa, porque quando começo a ter uma resposta plausível das perguntas, quando investigo novamente  e lanço a mesma pergunta, parece que aquela resposta se desmorona como um castelo de areia. É sempre um eterno começar, ou, recomeçar.
   Bom, quantas vezes eu for recomeçando nesta mesma pergunta: Porque estudar Filosofia? Mais eu aprofundo o que não é a filosofia, sobretudo, porque  o que é a Filosofia, está nas marcas das respostas plausíveis dadas e desconstruída pelas mesmas perguntas.
   Portanto, perguntar porque estudar? e Porque estudar a Filosofia? É se jogar no abismo do desconhecido tendo como apoio a próxima pergunta potencializante que é e não é a própria Filosofia. Se jogue no estudo, te convido a se jogar no Mundo da Filo-Sofia, no Mundo da amizade ao Saber perene, no Mundo das perguntas relevantes e essenciais, quanto das perguntas irrelevantes e superficiais, no Mundo das possibilidades  do conhecimento que se dá a se conhecer (Dasein). Se jogue no universo do conhecido e venha conhecer o mundo sem se esquecer de si no eterno existir.

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